O Beira-Mar é hoje um doente em fase terminal.
Um clube fratricida, com um autismo futebolístico gigante e uma incapacidade crónica de estimular as suas secções a trabalhar diariamente em equipa, teria forçosamente que resultar no decrépito e angustiante cenário actual.
Hoje, num momento historicamente triste do clube onde fiz a minha formação, onde estive como atleta nos momentos mais altos (e nos mais baixos) e onde tive ainda o privilégio recente de ser treinador, recordo aqui mais um momento único em que respondi afirmativamente à chamada do "meu" clube. Porque acredito que o nosso real tamanho se pode aferir, não apenas pelo modo como agimos quando em dificuldades mas, sobretudo, pelo modo como agimos perante alguém em dificuldades!
Pela segunda vez...
Faltavam as referências aos mais jovens. Faltava uma luz, por pequena que fosse, ao fim do longo túnel do processo formativo a indicar que, caso desejassem, poderiam enquanto homens defender as cores do seu clube. Do clube que os formou...
E, com este desígnio, um conjunto de "corajosos" saiu da sua "zona de conforto" e encetou aquilo a que a imprensa local veio a apelidar como "o acordar do gigante adormecido". Ainda que extremamente doente e debilitado, o "gigante" acordava ao fim de vários anos de hibernação. Na época de 2006/2007, ou seja, há seis épocas atrás...
E assim voltou o basquetebol sénior masculino a ser visto no Pavilhão do Beira-Mar. Para mim e para a maioria dos elementos da equipa, este era um "regresso a casa".
O jogo que podem ver aqui, como é natural, não prima pela qualidade. No entanto, este é um tributo a todos os que formaram a "energia de activação" que faltava para começar a reerguer este "grande" clube, devolvendo o sonho a muitos jovens atletas do Beira-Mar...
O jogo é com o Guifões e marca uma época em que o clube ainda podia dizer que o Pavilhão era seu...
Estes eram os "corajosos" neste jogo: João Miguel (Treinador), António Pinto, Rui Martins, Jorge Farias, Filipe Magalhães, Ismael Mané, Diogo Maia, João Macedo, Bruno Machado, Miguel Neto, Francisco Dias e Hugo Reis.
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