quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vicente Moura e a Lição da Clarisse


Eis a conferência de imprensa de "encerramento" do Ciclo Olímpico 2008-2012 (Jornal "Público" e site "RTP"). Mais uma vez, Vicente Moura garante não se recandidatar. Tal como fez há quatro anos...
Várias foram as ideias correctas que foram apresentadas, o que me faz concluir que o homem sabe mesmo o que falta. Logo à cabeça, o Desporto Escolar! Aquele que vai ser no próximo ano mais atacado do que alguma vez foi no nosso país!!
Mas há uma ideia incorrecta que não consigo deixar passar. A de que "Esta é a realidade! Portugal é isto! Esta missão representou bastante bem Portugal! O desporto português não é mais do que isto!"...
Este discurso é tão comum nos chefes (caciques?) federativos que começo a equacionar se não será ensaiado naqueles almoços-fantasma... É que um líder é um comerciante de sonhos, não um jornalista, arquivador ou mestre de inventário. Para além de ser um compressor da nossa ilusão colectiva, esta postura repetida do presidente do COP é uma falta de respeito por todos os atletas que representaram a nação e pelos que, apesar de todo o esforço, trabalho e empenho, não conseguiram conquistar a sua presença na Olimpíada de Londres! Caso a liderança fosse uma das suas competências (não a resignação ou o desânimo), talvez Vicente Moura se tivesse lembrado de que Portugal é, no seu âmago, mais parecido com Clarisse Cruz do que com qualquer outro atleta: já tem uma certa idade, é trabalhador, é humilde e "não se fica" de cada vez que cai... 
A Clarisse podia ter ficado no chão a lamentar a sua condição, tal como Vicente Moura faz. Podia enumerar mil motivos para ter falhado. Tinha todas as razões para o fazer. Mas não o fez. Reergueu-se, deu o máximo e superou-se. É esta a lição mais importante desta Olimpíada! A lição da Clarisse!
Para já, o discurso de COP (através do seu Presidente) é semelhante ao de há quatro anos. E já alguém definiu a loucura como: "fazer algo do mesmo modo, esperando resultados diferentes"...

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